Relação Autismo – ONG Ateac
Dia 2 de abril comemora-se o Dia Mundial da Conscientização do Autismo
Relação Autismo – Ong Ateac
Pessoas que são diagnosticadas com autismo, se bem assistidas tanto pela família quanto pela escola, podem obter melhora no desenvolvimento social, motor e cognitivo, sempre levando em conta o grau de comprometimento. A Terapia Assistida por Animais (TAA) surge nesse contexto como um método de auxílio desse desenvolvimento. A TAA utiliza o animal como mediador da terapia, que deve ser realizada por uma equipe multidisciplinar, composta de profissionais da área de saúde humana, animal e de educação, devidamente habilitados. Esta interação autismo/ cão possibilita: aumento da sociabilização, da autoestima; diminuição do stress; melhora a coordenação motora; trabalha a afetividade e a cognição; aumenta a percepção do mundo e o reconhecimento do outro e de si próprio, estabelecendo contato visual.A Terapia Assistida por Animais é desenvolvida desde o ano de 2004 pelo Instituto para Atividades, Terapia e Educação Assistida por Animais de Campinas, a ATEAC.
Ao adentrar o filhote de Labrador Luana na minha casa, o mesmo sempre buscava a atenção do Daniel, na época com 27 anos, que possui a Síndrome de Asperger, uma forma leve de autismo, caracterizada pela falta de habilidade de interação social e de comunicação. Aos poucos, Daniel não conseguiu ficar impune às aproximações da cachorra e afinal, um filhote de labrador tem na sua índole, a insistência pela aceitação do ser humano para a interação. Vale salientar que, antes, Daniel sempre teve medo de cães.
Presenciando a melhora de meu filho com esta interação, tive interesse pela temática e fui em busca de exemplos dentro e fora do Brasil. Através de um treinamento direcionado, a cachorra se tornou mais próxima de Daniel, conseguindo ajudar no controle de problemas, aumentando a auto estima, sua habilidade motora com exercícios. Com a aproximação, Daniel se formou em biologia e defendeu sua tese de mestrado em Biologia marinha na UNICAMP. Foi com a Luana que ele treinou a apresentação da tese e teve condições de enfrentar o público.
Ao longo do desenvolvimento do Daniel, meu interesse passou a ser direcionar esta interação para as mais diversas deficiências e necessidades de quaisquer pessoas, através da ATEAC que foi, então, idealizada e se constituiu como Organização Não Governamental. Minha formação como bióloga geneticista e dentro da Etologia de Mamíferos me ajudou no entendimento do tema, junto a estudos dentro da Veterinária da USP e da OBIHACC e Zooterapia/São Roque, Ongs já extintas. E assim, nosso começo como Terapia Assistida foi dentro da ADACAMP, excelente Associação para o Desenvolvimento da Pessoa Autista. São 12 anos de trabalho dentro desta Instituição com crianças, adolescentes e adultos dentro do variado espectro autista. Além da ADACAMP, atendemos autistas em outras Instituições, da Prefeitura e Pestalozzi de Campinas. Atualmente a ONG realiza cerca de 800 atendimentos mensalmente, com autistas, portadores de deficiências físicas e mentais, Casas de Idosos, crianças e adultos internados. Porém, o foco nos meus estudos dentro da Ong Ateac sempre será aumentar as possibilidades de intervenções cada vez mais eficientes com todo espectro, sempre definindo objetivos de cada atendimento especifico a cada assistido, com equipe multidisciplinar, cães específicos e corpo de voluntariado da Ong; computando resultados, inclusive com glorias e fracassos que devem ser equacionados e formam nosso arquivo de trabalho.
Pessoalmente, sou profundamente apaixonada pelo estudo do Autismo e suas nuances. Eles sempre querem nos dizer algo no seu modo puro, direto, concreto, sem regras sociais, mesmo sem uso da fala, com perda de controle e dificuldades de interação, mas habilidades diferentes cada um a seu modo.
Por último, deve-se lembrar que a família destes assistidos nunca devem ser esquecidas, pois tem um papel fundamental em cada terapia que opte para a particularidade de seu autista. Entender o papel da TAA na vida de seu filho, é essencial. As mais variadas terapias que se oferecem a cada dia, deixam a família em uma expectativa muitas vezes angustiante, por não poder chegar a elas e a urgência em chegar. Cada evento midiático sobre terapias e autismo, deixam os pais em uma roda viva impressionante.
Portanto, torna-se importantíssimo quando trabalhamos com TAA, dar oportunidade a toda classe social, sem discriminação nenhuma, ter acesso ao atendimento.
Os trabalhos com pessoas portadoras de autismo sempre valerá a pena! E animais se encaixam de um modo mágico com eles!
Temos muito a aprender com esta maravilhosa interação!
Sílvia Jansen
Presidente Honorária da ONG Ateac
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Bem vindo ao blog da ATEAC!
“Alguns anjos não possuem asas, possuem quatro patas, um corpo peludo, nariz de bolinha, orelhas de atenção, olhar de aflição e carência.
Apesar dessa aparência, são tão anjos quanto os outros (aqueles com asas).
E se dedicam aos seus humanos tanto quanto qualquer anjo costuma dedicar-se. Que bom seria se todos os humanos pudessem ver a humanidade perfeita de um cão!”
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Bom dia! Como está Daniel, atualmente? E Luana?
Qual o papel do adestrador e ou adestramento na vida dos dois?
Abs.
Nery