



O desenvolvimento infantil e os cães
A presença de um cachorro em casa pode ser muito proveitosa para desenvolvimento de uma criança desde os primeiros meses de vida. Segundo Marta Kahl de Oliveira, autora do livro Vigotsky: aprendizado e desenvolvimento: Um processo sócio-histórico, “O aprendizado desperta processos de desenvolvimento que, aos poucos, vão tornar-se parte das funções psicológicas consolidadas do indivíduo.” *. Segurança, sociabilidade, empatia e cuidado são alguns dos sentimentos e habilidades que podem ser desenvolvidas quando o contato saudável com o animal de estimação é proporcionado.
Para a psicóloga da ONG Ateac, Helena Gomes quando o cachorro pega uma bolinha e devolve para a criança, ele apresenta uma brincadeira que a criança ficará atenta para entender o que acontece. “Um adulto pega a bola e joga, a criança percebe que o cão corre, volta e solta novamente próximo a quem jogou. Pronto! Lá está a criança aprendendo”, descreve Helena. Ela conta que é normal, no começo, a criança ficar com a bola na mão, mas, ela percebe que o cachorrinho ficará do lado dela tentando pegar a bolinha ou chamar a atenção.
O primeiro contato de um animal de estimação com um bebê recém-nascido é sempre um mundo de expectativas para os pais de primeira viagem. O processo que parece difícil, na verdade, não é. O principal motivador para o desenvolvimento é o afeto entre o cão e o bebê. “O cachorro faz questão de participar de tudo que a família faz e com um novo membro não será diferente! Ele, com certeza, percebe que aquele neném será um amigão para todas as horas”, destaca Helena.
Para o cachorro, aquele bebezinho é um novo integrante da sua família, ele observa se tudo está bem, fica atento a qualquer barulho, quer conhecer e cuidar. “A cada movimento, a cada novidade que a criança apresenta o cachorrinho dá uma função para participar e ser presente”, conta Helena.
A convivência com o animal também é ótima para ensinar certos limites as crianças, por exemplo, que o cachorrinho tem comidinha dele e a criança tem a dela; ou que podem brincar com a bolinha no jardim, mas dentro de casa não podem. “E a higiene? Quem foi criança e deu banho em um cachorro sabe a felicidade! Aquele ser peludo cheio de espuma querendo fugir. É um corre-corre só! Mas, não esqueça de ensinar a criança a limpar a orelhinha, enxugar os pelos, cuidar dos dentes, ela se identifica e aprende”, completa Helena.
Além disso, com o cão a criança aprende a dar e receber carinho e a ser mais paciente, afinal, ele nem sempre entende o que ela quer. “A verdade é que viver ao lado de um cão é aprender a ser mais humano”, finaliza Helena.
Primeiras impressões da relação cão e recém-nascido
A voluntária da ONG Ateac, Ana Paula Colombo, está sentindo na pele este processo de interação das duas terapeutas, Meg e Mel, com o pequeno Miguel. “Elas eram minhas bebezinhas. A Mel, que era mais ligada a mim sente um pouco de ciúmes e não fica muito perto, mas a Meg é totalmente protetora. Ela não sai de perto dele. Quando está no berço, ela fica sentado do lado querendo proteger mesmo”, conta Ana Paula.
A mamãe conta que o Miguel ganhou uma verdadeira babá. “Se a gente está na sala e ele se mexe no bercinho no quarto e faz algum barulhinho, ela corre nos chamar. A convivência nesses 3 meses está muito tranquila, e pelo que eu percebo elas já sentem falta dele. Quando eu chego da rua, elas já querem cheirá-lo para ver se está tudo bem”.
Já a voluntária Marina Santoro conta que as duas cadelas da raça Pug, a Pucca e Malu, que são terapeutas da ONG Ateac, receberam muito bem o Gustavo, principalmente, porque elas já trabalharam em hospitais e tiveram contato com crianças. “Percebo uma preocupação delas em relação a ele quando chora ou quando faz um movimento mais brusco, mas como ele tem só 40 dias, não interagem muito. Já a minha outra cachorrinha, a Mel, uma vira-lata que não é terapeuta, teve uma mudança drástica de comportamento e se tornou extremamente protetora e companheira. Se eu estou no quarto do bebê, ela está comigo, se ele está no berço ela vai olhar se ele está bem. É impressionante o instinto de proteção”, descreve Marina.
*Oliveira, Marta Kahl de / Vigotsky: aprendizado e desenvolvimento: Um processo sócio-histórico – São Paulo: Scipione, 1997.
Texto: Yasmine Azevedo Souza
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“Alguns anjos não possuem asas, possuem quatro patas, um corpo peludo, nariz de bolinha, orelhas de atenção, olhar de aflição e carência.
Apesar dessa aparência, são tão anjos quanto os outros (aqueles com asas).
E se dedicam aos seus humanos tanto quanto qualquer anjo costuma dedicar-se. Que bom seria se todos os humanos pudessem ver a humanidade perfeita de um cão!”
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