



Convivência com animais traz benefícios à saúde. Conheça alguns deles

Uma medida inovadora, adotada pelo Hospital Albert Einstein em 2013, chamou muito a atenção daqueles que sempre acreditaram no poder da relação entre e animal. Após três anos de testes e sob rígido protocolo, o hospital liberou neste ano a entrada de bichos de estimação para a visitação de pacientes, mesmo aqueles internados em unidades semi-intensivas.
“Essa iniciativa inovadora do Hospital Albert Einstein vai ao encontro da prática de humanização do cuidado, preconizada em diversas unidades hospitalares do país, e merece aplausos”, opina a pesquisadora da área de Terapia Assistida por Animais, Carla Rodrigues.
Os indivíduos internados em hospitais, além de apresentarem condições de saúde alteradas, normalmente se encontram isolados socialmente e emocionalmente fragilizados pela separação dos seus familiares e amigos, isolamento e distância de casa. Essas alterações podem inclusive levar ao agravamento do quadro de saúde desses indivíduos. Por isso, a visita de animais de estimação aos seus tutores internados propicia um resgate do vínculo familiar.
“Ao tocar e abraçar o seu melhor amigo animal, o paciente libera substâncias na corrente sanguínea que reduzem a dor, trazem bem-estar, modulam a imunidade, acalmam e reduzem o estresse. Emocionalmente, o paciente se sente mais motivado a realizar o tratamento e reabilitação. Socialmente, o mesmo se sente mais seguro e motivado a interagir com outros pacientes”, ressalta a pesquisadora.
Segundo estudo-piloto citado por Carla, ficou comprovado que não somente o paciente tem benefícios ao receber a visita de animais de terapia, mas também os profissionais de saúde. Resultados desse estudo indicam ainda que há uma redução máxima do nível de cortisol sanguíneo e salivar (hormônio do estresse) do paciente em 45 minutos após a sessão de Terapia Assistida por Animais (TAA), enquanto, no caso do profissional de saúde, essa redução ocorre em pelo menos 5 minutos após o fim da sessão.
Confira a entrevista completa com a pesquisadora e saiba como a relação homem-animal pode contribuir para uma melhor saúde e qualidade de vida.
Estudos recentes sugerem que o convívio com animais de estimação pode ajudar no tratamento de algumas enfermidades. De que forma isso ocorre?
Os animais domésticos podem ajudar no resgate da saúde integral do ser humano, atuando desde o diagnóstico precoce, prevenção e tratamento de doenças, até na fase de reabilitação. Nesse contexto, diversos tipos de câncer podem ser detectados precocemente pelo apurado olfato canino, bem como prevenidas ou evitadas as complicações decorrentes dos quadros de obesidade ou hipertensão. Da mesma forma, enfermidades relacionadas a diversas áreas da saúde também podem ser tratadas, assim como podem guiar indivíduos com deficiências ou auxiliá-los nas tarefas caseiras, a exemplo dos cães-guia, que assistem deficientes visuais graves. Os animais podem ainda alertar seus tutores quando há agravamento das suas condições de saúde, a exemplo dos cães sinalizadores de convulsões ou cães de alerta para diabéticos.
A interação do homem com os animais domésticos atua sobre as esferas física, social, mental e emocional de indivíduos com diferentes condições de saúde, deficiências e faixas de idade. Pesquisas indicam como benefícios gerais da interação homem-animal: redução do estresse e da pressão arterial, combate à depressão, estímulo à realização de atividades físicas, efeito ansiolítico, aumento do limiar da dor, redução do uso de medicamentos, menor frequência de visitas ao médico e tempo de permanência em hospitais, além de melhor adaptação a uma nova rotina de recuperação. Estudo longitudinal desenvolvido na Austrália e na Alemanha indica que indivíduos de todas as idades que têm animais domésticos tendem a ser mais saudáveis e realizar 15% menos visitas aos médicos do que aqueles que não os têm ou deixaram de tê-los.
Quais são as pesquisas no Brasil?
Profissionais e pesquisadores brasileiros vêm desenvolvendo estudos que avaliam os potenciais benefícios gerados pela interação homem-animal. Nesse contexto, de forma inovadora, foram apresentados 77 trabalhos com aplicações em diversas áreas da saúde e educação durante o 1º Simpósio Internacional de Atividade, Terapia e Educação Assistida por Animais, realizado no Instituto de Psicologia da USP, em setembro de 2012. Durante o evento, foi enfatizada a necessidade do desenvolvimento de estudos científicos de qualidade, em especial ensaios clínicos randomizados controlados, que avaliem a eficácia das técnicas e métodos terapêuticos que envolvem a interação homem-animal.
É verdade que a adoção de animais de estimação pode ser uma importante medida para a prevenção da depressão, especialmente em idosos?
Um dos aspectos interessantes relacionados aos benefícios da interação homem-animal se refere à observação de que o idoso se sente responsável pelo bem-estar do seu animal de estimação, incluindo sua alimentação, cuidado geral, necessidades e passeios regulares. Com isso, se sente mais útil ao ter um ser vivo dependente do mesmo, além de mais motivado a fazer caminhadas regulares com seu cão, quando interage socialmente com outros indivíduos. Caso contrário, ficaria em casa isolado e ocioso. Além disso, há diversos estudos cujos resultados indicam benefícios da interação de idosos com animais domésticos na prevenção e tratamento dos quadros de depressão, ansiedade e solidão, efeito calmante, melhora nas funções cognitivas e percepção de qualidade de vida.
No que se refere à carência afetiva, o animal doméstico faz companhia ao indivíduo, seja ele idoso ou não, praticamente 24 horas por dia, dando-lhe carinho e atenção e podendo, inclusive, ser treinado para assistir o indivíduo em suas necessidades, como, por exemplo, puxar a cadeira de rodas. Estudos comprovam que idosos vivem mais tempo, mais saudáveis e felizes quando interagem regularmente com animais domésticos.
Ter um animal em casa, por outro lado, também pode ter seu lado negativo para alguns idosos ou doentes em casa?
As principais contraindicações são medo extremo de animais, surtos de alta agressividade, colocando em risco a integridade física do animal, demência grave e baixa imunidade.
Observa-se que o fato do animal precisar ser alimentado, escovado, limpo e cuidado é um estímulo ao autocuidado do indivíduo doente ou idoso, bem como à organização da sua rotina, podendo inclusive levar a ganhos importantes nas suas funções cognitivas, a exemplo da memória. Nesse contexto, por exemplo, pode ser feita associação entre o horário de alimentação do animal e do idoso, de forma que o idoso se estimule e se lembre de se alimentar naquele horário. De acordo com o nível de independência do idoso, pode ser necessário o auxílio de um cuidador, de familiares ou de outros profissionais para a realização de atividades voltadas para o cuidado e limpeza dos animais domésticos. É importante se considerar que os benefícios da interação homem-animal superam de forma importante o esforço necessário para a realização dessas atividades de cuidado e limpeza.
Quais são os animais mais utilizados nesses tipos de terapia?
Os animais mais usados na Terapia Assistida por Animais são os cães e cavalos. Outros animais também podem ser utilizados, como calopsitas, coelhos e animais exóticos. O mais importante é que os animais de terapia tenham sua saúde controlada e monitorada por um médico-veterinário responsável, sejam dessensibilizados, além de dóceis com outros animais e pessoas.
A escolha preferencial dos cães e cavalos decorre da familiaridade desses animais com a sociedade e unidades familiares, bem como da maior facilidade de adestramento dos mesmos. Com isso, é possível treiná-los para a realização de atividades terapêuticas específicas e complexas, nas quais atuarão assistindo o profissional de saúde durante as sessões de terapia. A seleção dos animais envolve, entre outras avaliações, a exposição do animal a uma série de situações a serem vivenciadas em hospitais, asilos e escolas, de forma a avaliar o seu comportamento. Durante a seleção e avaliação, também podem ser testadas e avaliadas as potenciais atividades terapêuticas a serem desenvolvidas pelos mesmos durante as sessões.
Dra. Carla Rodrigues
Fonte: Portal Terra
http://idmed.terra.com.br/viva-melhor/medicina-complementar/convivencia-com-animais-traz-beneficios-a-saude-conheca-alguns-deles/depressao-em-idosos.html – disponível em 29.08.3013
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“Alguns anjos não possuem asas, possuem quatro patas, um corpo peludo, nariz de bolinha, orelhas de atenção, olhar de aflição e carência.
Apesar dessa aparência, são tão anjos quanto os outros (aqueles com asas).
E se dedicam aos seus humanos tanto quanto qualquer anjo costuma dedicar-se. Que bom seria se todos os humanos pudessem ver a humanidade perfeita de um cão!”
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